Os estudos ambientais necessários para a dragagem do Canal de São Lourenço, apontada como a principal saída para a retomada da indústria naval em Niterói, deverão ser entregues entre junho e julho. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (9) pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Luiz Paulino Moreira Leite, durante o segundo dia do seminário “Desenvolvimento Econômico – Leste Fluminense”, realizado pelo Grupo Fluminense Multimídia, na Universidade Candido Mendes, no Centro.Secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Paulino Moreira Leite falou sobre o Canal de São Lourenço. Luiz Vieira, presidente da CDL, ressaltou a importância de investimentos, e Luiz Césio, da Firjan-Leste, comentou sobre incentivos fiscais
Foto:Douglas Macedo
Autoridades e representantes de entidades que atuam em Niterói e no Leste Fluminense se reuniram para discutir os rumos da indústria e do comércio, traçando “diagnósticos e estratégias dos principais setores econômicos”, tema do segundo módulo.
O primeiro debate, mediado pelo professor Rogério Rocco, foi voltado para o setor industrial, e um dos assuntos mais discutidos foi o desassoreamento do Canal de São Lourenço. Essa iniciativa permitirá aumentar o calado, ou seja, a profundidade do ponto mais baixo da embarcação em relação à linha d’água, de 7 para 11 metros.
“Esse estudo de impacto ambiental já foi licitado, tem uma empresa de grande porte realizando esse trabalho e já está bem adiantado. Acreditamos que em junho ou julho já teremos esse estudo em mãos, e já estamos trabalhando em cima do Inea para ter essa licença. Conseguindo, aí sim estará autorizado o início da dragagem”, anunciou o secretário.
Segundo ele, a dragagem é estratégica para permitir o acesso de embarcações maiores e também da construção de plataformas e reparos navais. A obra será realizada pelo Governo Federal, que prometeu tratar o assunto como prioridade, diante da iniciativa da Prefeitura de Niterói de arcar com os custos do estudo – mais de R$ 770 mil.
Já o presidente da Firjan Leste Fluminense, Luiz Césio Caetano, falou sobre o atual cenário no mercado de trabalho na região. Segundo ele, a indústria representa 14% dos empregos, com 69 mil funcionários. Dentro desse panorama, a construção civil representa 40%, revelando um grande peso para a região. Caetano também apresentou dados relativos à arrecadação dos municípios.
“O desenvolvimento econômico do interior do Estado nos últimos anos se beneficiou muito dos incentivos fiscais que lhes foram concedidos. O ICMS no interior avançou 82%, contra 3% dos demais municípios. Os incentivos fiscais foram e são o caminho para o desenvolvimento do interior do Estado do Rio”, acrescentou Luiz Césio.
Uma questão ainda polêmica foi levantada no segundo debate do dia: “Diagnóstico e estratégias do comércio”. O diretor do Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) de Niterói, Renato Sheeny, classificou como essencial para o setor a redução do número de feriados na cidade.
“Hoje a gente vive uma das maiores crises econômicas no País e, principalmente, no Rio. Não faz muito sentido conviver com esse tipo de situação”, opinou o diretor.
A segurança pública também foi apontada como um grande desafio a ser vencido. Segundo Sheeny, um anseio dos lojistas é a criação de um batalhão da Polícia Militar exclusivo para Maricá, o que reforçaria o efetivo atuando em Niterói.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, Luiz Vieira, disse que a reestruturação da indústria é essencial para que o comércio volte a crescer. Segundo ele, alguns investimentos indicam essa retomada, como a construção do Porto de Maricá, a TransOceânica e a reurbanização do Centro.Alexandre Martins, engenheiro da Petrobras, comandará apresentação
Foto:Agência Petrobras/ André Ribeiro
“O Centro de Convenções em Niterói será muito estratégico nesse sentido. Precisamos criar eventos para atrair mais pessoas para a cidade”, alertou Vieira.
Finalizando, o consultor da Fecomércio-RJ, Paulo Brück, lembrou que parte dos profissionais do comércio passou a investir no turismo para superar a crise.
“Em nenhuma região do Brasil se sentiu um impacto tão grande na economia. Ainda estamos sentindo os efeitos da Lava Jato e do petróleo”, declarou.
Prefeitos e o Comperj
Nesta quinta-feira acontece o último dia do Seminário “Desenvolvimento Econômico - Leste Fluminense”, na Universidade Candido Mendes (UCAM), no Centro de Niterói. O último dia de debates contará com uma discussão que norteia todo o cenário de renda e crescimento na região: o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro.
Sob o tema “A retomada do Comperj, o projeto Rota 3 e os benefícios para os municípios”, a mesa contará com a mediação de José Carlos de Oliveira dos Santos, diretor da UCAM Niterói.
Um dos momentos mais esperados é a palestra de apresentação do Projeto Integrado Rota 3, que visa ampliar o escoamento de gás natural na área do pré-sal da Bacia de Santos. Quem comandará a apresentação é Alexandre Teixeira Martins, engenheiro de processamento da Petrobras desde 2010. O profissional atua, desde 2011, nas obras do Leste Fluminense.
Entre os assuntos voltados para o projeto, do qual Alexandre é gerente de avaliação e monitoramento, o representante da Petrobras abordará aspectos como a geração de empregos e condicionantes que envolvem a Rota 3.
Debates - Autoridades e especialistas estão entre os convidados a participar da discussão, entre eles o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, que falará ainda sob o ponto de vista do Conleste, associação que preside.
O prefeito de Itaboraí, e também vice-presidente do Conleste, Sadinoel de Souza, comentará sobre a expectativa do município com a retomada das atividades do complexo, que pode representar a retomada da economia. Também participa do debate o prefeito de Maricá, Fabiano Horta. Sua cidade é uma das que mais dispõe de reflexos positivos do petróleo, com os recursos dos royalites.
O seminário Desenvolvimento Econômico - Leste Fluminense conta com o apoio da UCAM, da Prefeitura de Niterói e da Predial Net.
Especialistas discutem saídas para a recuperação econômica
Tpografia
- Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
- Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo Leitura