Rio pode ter transporte gratuito aos domingos e feriados em ônibus, BRT e VLT

A cidade do Rio de Janeiro poderá adotar a tarifa zero no transporte público aos domingos e feriados, caso seja aprovado o Projeto de Lei nº 810/2025, de autoria do vereador Marcelo Diniz (PSD), que tramita na Câmara Municipal. A proposta prevê gratuidade nas tarifas dos ônibus convencionais, BRT e VLT, excluindo o metrô — com tarifa atualmente em R$ 6,90 — por ser de gestão privada.

Segundo o texto do projeto, o objetivo é garantir o direito ao lazer e à mobilidade nos dias de folga, especialmente para famílias de baixa renda, promovendo inclusão social e fortalecendo a convivência comunitária. A medida também busca estimular a economia local e o uso democrático dos espaços urbanos.
Antes de ir a votação em plenário, o projeto deve passar por análise das comissões temáticas. Marcelo Diniz defende que a gratuidade dominical amplia o acesso a áreas de lazer e cultura, e reconhece o transporte como direito social, previsto na Constituição.
A pauta da tarifa zero tem ganhado força entre vereadores da capital. Outras propostas semelhantes foram apresentadas por Rick Azevedo (Psol), Maíra do MST (PT) e Leonel de Esquerda (PT), com foco em datas específicas como Enem, eventos culturais e festas populares como o Carnaval e o Réveillon.
Ativistas do movimento Tarifa Zero RJ, como Mallu Cortês, destacam o avanço político da proposta: “A base do governo agora propõe a tarifa zero, o que mostra que a ideia deixou de ser utopia. Ela começa a ser encarada como política pública concreta para garantir o direito à cidade”, afirmou.
De acordo com a Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), o Rio de Janeiro lidera, proporcionalmente, o número de municípios com política de tarifa zero no país. Já são 20 cidades fluminenses com experiências de gratuidade em parte ou totalidade do sistema. Em Maricá, por exemplo, a gratuidade é universal e se estende a modais como a bicicleta compartilhada.
A NTU aponta ainda que, em 12 cidades analisadas, a tarifa zero gerou crescimento entre 33% e 371% no número de passageiros nos ônibus, indicando potencial para revitalizar o sistema e democratizar a mobilidade urbana.
Fontes de informações:
Câmara Municipal do Rio de Janeiro; Projeto de Lei nº 810/2025; Brasil de Fato.